Escalas humanizadas e programas de bem-estar podem tornar Feira referência no cuidado com a enfermagem

A adoção de escalas que respeitem o limite humano e o investimento em programas de bem-estar para os profissionais são duas das medidas que podem transformar Feira de Santana em referência no cuidado com a enfermagem. A avaliação é da vereadora Lu de Ronny (PV), que, na sessão desta terça-feira (4), defendeu que o Município “adapte e inove” no cumprimento da legislação federal sobre a jornada de trabalho da categoria.

A parlamentar citou o debate nacional sobre a Proposta de Emenda à Constituição nº 19/2024, que fixa jornada máxima de 30 horas semanais para enfermeiros, técnicos, auxiliares e parteiras. Segundo ela, a discussão não se limita ao setor da saúde, mas envolve dignidade, proteção mental e qualidade de vida dos profissionais. Para Lu de Ronny, a redução da carga horária pode significar menos desgaste e menor risco de erro, refletindo diretamente na melhora do atendimento ao paciente.

Além da redução da jornada, ela defendeu medidas complementares, como a implantação de planos de carreira que valorizem a formação e a especialização, e a ampliação do diálogo com sindicatos, gestores e conselhos profissionais. Como exemplo, citou estudos conduzidos pelo Coren-SP sobre jornada, bem-estar e qualidade de vida.

Enfermeira por formação, a vereadora ainda pontuou que a realidade de unidades, policlínicas e UPAs exige planejamento que considere as condições humanas de quem atua na linha de frente do atendimento. Nesse sentido, Lu de Ronny lembrou que o cuidado não é apenas técnico, mas também emocional, e que a exaustão prolongada se refletiu historicamente em afastamentos e adoecimento de profissionais da área.

A parlamentar reconhece que o debate exige análise de impacto financeiro, mas disse que é possível avançar dentro da realidade local:
“Valorizar a enfermagem não significa fugir da realidade, significa enfrentá-la com diálogo, planejamento e compromisso”.