Dois a quatro por cento da população brasileira é atingida pela fibromialgia, sendo maioria as mulheres. Esta estimativa foi apresentada na Câmara Municipal pela reumatologista Ana Tereza Amoedo, durante participação em sessão especial, promovida pelo Legislativo, para tratar da conscientização (da sociedade) sobre a doença crônica, cuja principal característica é a dor que impõe aos pacientes. Oevento, ocorrido ontem (9), foi iniciativa do vereador Pedro Américo (Cidadania).
A médica disse que a fibromialgia afeta a qualidade de vida das pessoas, o desempenhprofisional, as relações familiares e a saúde mental: “Há uma invisibilidade do sofrimento dos portadores dessa síndrome, que os leva ao isolamento e isto vem acompanhado de consequências como a depressão”. É comum, ela observou, que dure até 30 anos o período de peregrinação para conseguir um diagnóstico. Pouco conhecida, a doença se refere, conforme a reumatologista, a uma “síndrome clínica caracterizada por dor muscular generalizada crônica, que vem acompanhada de outros sintomas”.
Dentre estes sintomas, as alterações cognitivas, dificuldades de memória, depressão, ansiedade, fadiga e hipersensibilidade ao toque. Membro de várias comissões relacionadas à patologia, e também dos colégios americano e europeu de reumatologia, ela apresentou um “conceito relativamente novo” que classifica a fibromialgia como uma “doença de processamento de dor, através do sistema nervoso central em que a pessoa, acometida é mais sensível (à dor) que outros indivíduos”.
Ana Amoedo disse estar buscando, junto com colegas reumatologistas e outros profissionais de saúde, conscientizar as pessoas sobre toda a fisiopatologia por trás da doença, que torna o paciente necessitado de acolhimento e tratamento. A fibromialgia, registra a especialista, não causa deformidade, nem alteração nas articulações, mas afeta o posicionamento do paciente perante à sociedade.
ATIVIDADE FÍSICA
A atividade física é “importantíssima” para ajudar a melhorar a qualidade de vida do paciente de fibromialgia, aconselha a médica. “Há relatos científicos de que, especificamente exercícios aeróbicos melhora a dor”.
Existe outro pilar, ela indica, formado pelos medicamentos para tratar a dor crônica, além de psicoterapia, técnicas de relaxamento e escuta empática. Como dica aos colegas médicos, orientou que eles possam “ouvir mais seus pacientes, pois quando são escutados, sentem confianca pelo profissional; quando este médico valida a sua dor, tudo começa a melhorar”.
A reumatologista citou, em sua palestra, a lei de número 14.324/2021, que reconheceu a fibromialgia como deficiência. Ela entende que este é “apenas o primeiro passo” e que muito trabalho ainda deverá ser feito. Se mostrou animada com a fala do secretário municipal de Saúde, Rodrigo Matos, também presente ao evento. Ele disse que haverá “novidades” no atendimento a pessoas que sofrem de dor crônica, em Feira de Santana. Aos vereadores, a médica recomendou que busquem elaborar projetos voltados para a fibromialgia e as dores crônicas.
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