Considerada como ferramenta eficaz para o desenvolvimento dos alunos e fortalecimento de políticas públicas educacionais, a plataforma de Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) foi apresentada por uma equipe de educadoras feirenses aos integrantes da Comissão de Educação do Legislativo, na tarde desta terça (29), no plenário da Câmara. Responsáveis pela demonstração e coordenadoras do Projeto de Extensão Universitário “Trabalhando violência e gênero nas escolas públicas de Feira”, as professoras da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Sônia Lima de Carvalho e Thaís Vieira Góes dos Santos, defenderam o uso do ambiente virtual no intuito de prevenir e enfrentar diversos tipos de violência nas escolas públicas feirenses.
Fundadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres e Relações de Gênero da UEFS (MULIERIBUS) há 38 anos, Sônia de Carvalho acumula mais de uma década de experiência, abordando o tema da violência em escolas públicas. De acordo com ela, todo o evento violento que ocorre nas famílias, geralmente desaba na escola. “Por isso é muito importante que todas as instituições de ensino trabalhem estas questões. Nosso projeto tem como objetivo, desenvolver ações educativas no ambiente escolar, utilizando o AVA, com foco na prevenção da violência e promoção da igualdade de gênero”, explicou.
A professora ressaltou o importante papel que a educação pode desempenhar na prevenção à violência, diante do cenário que tem marcado o dia a dia do Município. Alto índice de feminicídios, abuso contra crianças, bullying, envolvimento de adolescentes com tráfico de drogas, racismo, intolerância religiosa, dentre outros. “Podemos contribuir para diminuir esta realidade, bem como para aumentar o autocuidado e a autoestima na comunidade escolar. “A plataforma digital será usada como ferramenta pedagógica para promover uma educação cidadã, ética e inclusiva”, garantiu.
Já funcionando na rede municipal de ensino de Salvador, segundo a professora Thaís dos Santos, o uso do AVA exigiu um trabalho minucioso, mas alcançou um nível “satisfatório e participativo”, por parte de alunos e professores. “Lá todas as escolas têm Teleduc, todos os alunos têm tablet e participam das iniciativas. E, na sala de aula, eles não entram em outro aplicativo, pois dentro do AVA tem muitos conteúdos na linguagem deles”, pontuou, destacando a possibilidade de criar jogos, desenhos e charges, neste ambiente virtual. “Acho que o game é o carro chefe para fundamental I e II, por exemplo”, observou.
ALUNOS “MERGULHADOS” NA TECNOLOGIA
Se implantado na rede municipal de Feira (o projeto já funcionou em cinco escolas feirenses), além do benefício pedagógico, poderia solucionar o problema de pouca utilização de ferramentas de criatividade na educação. “Os alunos estão ‘mergulhados’ em tecnologia, enquanto professores se encontram tateando, às vezes”, ponderou Thaís dos Santos.
A educadora sinalizou que o AVA pode ser utilizado, dentre outras coisas, para treinar professores na identificação de abusos, fazer formação voltada a estudantes e às suas famílias. “Desenvolvemos este projeto e foi muito gratificante por se tratar de um trabalho com tecnologia na educação destes jovens, que são o futuro do nosso país”, disse.
AVA: “FERRAMENTA INDISCUTÍVEL”
Tanto o presidente da Comissão de Educação, Professor Ivamberg (PT), quanto a vice-presidente Eremita Mota (PP), e o membro do colegiado, Jurandy Carvalho (PSDB), consideraram “indiscutível” a importância da ferramenta educacional apresentada. “Pelo que ouvimos e vimos aqui, vocês conseguiram unir a abordagem da questão da violência na escola ao ambiente AVA, utilizando outros temas dentro deste mundo virtual”, observou Ivamberg. Apesar de considerar importante o projeto de prevenção e enfrentamento à violência, também para as escolas de Feira, a Comissão de Educação só pode sugerir que o prefeito municipal e a Secretaria de Educação “estudem e avaliem a proposta”, afirmou o presidente.
Na opinião de Eremita Mota, que também é professora, a experiência exitosa em relação aos municípios de Salvador e São Paulo, conforme relataram as organizadoras do projeto, é uma aprovação que pode facilitar uma adesão local. “Seria interessante, tentarmos marcar uma reunião com o secretário da pasta para sensibilizar o Poder Executivo sobre a importância disto. Vejo grande possibilidade de melhoria na educação com o uso desta tecnologia”, frisou.
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