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Dia do Agricultor Familiar celebrado com críticas e pedido de respeito: não há política para o campo
27 de maio de 2025
Eu queria ter na vida simplesmente/Um lugar de mato verde/Pra plantar e pra colher/Ter uma casinha branca de varanda/Um quintal e uma janela/Para ver o sol nascer… Já vai longe o tempo em que os versos da música “Casinha Branca”, de Gilson Vieira da Silva, apresentada ao som dos acordes da sanfona de Doutor Ed, reproduziam fielmente a vida dos moradores da zona rural.  Hoje eles querem muito mais do que plantar e colher: políticas públicas, investimentos, projetos, planejamento e, sobretudo, atenção.

 

Essa foi a tônica dos pronunciamentos nesta terça-feira (27), na sessão especial comemorativa do Dia do Agricultor Familiar, na Câmara Municipal. Trabalhadores rurais, dirigentes de sindicatos e associações, vereadores e representantes dos governos municipal e estadual se reuniram, não somente para comemorar, mas para mostrar a realidade da zona rural de Feira de Santana e reivindicar. “Não há política para o homem do campo”, resumiu o vereador Jurandy Carvalho (PSDB), que propôs a realização da sessão e conduziu as discussões.

Nascido no distrito Governador João Durval, antigo Ipuaçu, onde ainda vive, Jurandy disse que há muito tempo é feito o percurso inverso, ou seja, retirar o homem do campo, da mesma forma que querem matar os rios e lagoas. “Já mataram o Rio Subaé e querem matar os rios Jacuípe e Pojuca”, lamentou, lembrando que, dos 13 milhões de habitantes da Bahia, 7 milhões bebem a água de Pedra do Cavalo. “A zona rural está sendo transformada em pequenos lotes, planejamento, água e luz”, citou. “Somos 120 mil moradores nos distritos. Onde vamos plantar”?, questionou.

Alertando para o fato de que a juventude não quer mais ficar no campo, nas mesmas condições de seus pais e avós, Antônio Costa, chefe de Gabinete da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural, informou que a Bahia é o estado que mais tem agricultura familiar no Brasil. Além disso, São 420 agroindústrias apoiadas pelo Governo do Estado, mantidas pela mão de obra da família – lembrando que 1,5 milhão de pessoas trabalham na Agricultura Familiar na Bahia. Ele falou ainda sobre as conferências sobre o desenvolvimento rural, em níveis federal, estadual e federal.

Já Silvaney Araújo, secretário municipal de Agricultura, admitiu que é preciso fortalecer o orçamento para investir, organizar a produção e fomentar a Agricultura Familiar, não apenas, mas também, com aguadas e poços artesianos. Ele destacou a importância de envolver todas as representações (associações, vereadores, sindicatos), na tarefa de fortalecer o homem e a mulher do campo. Por sua vez, Adriana Lima, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, não poupou críticas ao “descaso enfrentado pelos agricultores”.

A sindicalista denunciou a falta de condições para escoamento da produção da Agricultura Familiar e teve sua opinião defendida pelo ambientalista João Dias, que citou como exemplo a Fábrica de Polpas no distrito da Matinha, cuja produção não é escoada dentro do município. Também se manifestaram durante a sessão especial os vereadores Professor Ivamberg (PT), que sugeriu uma feira permanente da Agricultura Familiar; Ron do Povo (PP), Luiz da Feira (PP), Gean Caverna (Podemos), Lu de Ronny (PV) e Pastor Valdemir (PP).

Durante a sessão especial, presidida por Jurandy Carvalho, foram homenageadas as trabalhadoras rurais Ângela Maria Sousa Viana, Elza Maria Ferreira da Silva, Maria de Lourdes dos Santos, Josenilda Moraes de Jesus Amorim, Isabel de Almeida Amorim, Marlice Pinheiro Coutinho, Maria Elizete Gonçalves da Silva e Antônia Lima Santana. Presentes ainda na solenidade o Procurador Geral do Município, Guga Leal, representando o prefeito José Ronaldo, e moradores de todos os distritos de Feira de Santana.

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