Criado em 21 de março de 1997, em Feira de Santana, com a missão de cuidar de questões relacionadas à água, à saúde e ao meio ambiente, o Movimento Água é Vida – MAV – tem sua trajetória marcada pela defesa destas bandeiras temáticas em diversos municípios da Bahia. Inclusive, devido a esta destacada atuação, foi qualificado no ano passado como Organização da Sociedade Civil em saúde – OSC, o que permite trabalhar no âmbito de gestões municipais. A informação é de José Carlos dos Passos, representante da entidade, que fez pronunciamento hoje (21), na Tribuna Livre da Câmara.
Em seu discurso, José carlos destacou que o aniversário de 28 anos de fundação do MAV, comemorado nesta data, é marcado pela defesa do serviço público de saúde, abastecimento de água e meio ambiente. “E estamos buscando isto a nível estadual”, disse, ressaltando que o estatuto social da organização já prevê a possibilidade de atuação em todo o Brasil.
“Diante disso, podemos participar de licitações em qualquer estado do país”, acrescentou. José Carlos homenageou, de forma especial, o ex-vereador e ex-secretário municipal, Ildes Ferreira, que teve relevantes serviços prestados aos feirenses e a todos os baianos (completa hoje seis anos de falecido). José Carlos explicou que o surgimento do MAV se deu no primeiro semestre de 1997, após problema relacionado à falta de atendimento de uma adolescente de 13 anos no Hospital Estadual Clériston Andrade (HGCA).
Ao retornar à residência, a moradora do bairro George Américo acabou falecendo no dia seguinte. O fato motivou a realização de uma missa ecumênica em 21 de maio na frente do hospital, que teve o apoio do então bispo Dom Itamar Vian (atualmente Arcebispo Emérito). Além de conseguir amenizar a situação na unidade de saúde, a mobilização culminou com a criação de um movimento popular pela saúde em Feira.
As ações seguiram, conforme disse João Carlos, com a realização de dois seminários, abordando os problemas enfrentados pelos cidadãos. Um deles aconteceu no Colégio Padre Ovídio, e o outro, na Universidade Estadual de Feira (UEFS), com participação de cerca de 312 pessoas.
No entanto, a projeção do MAV veio após o governador César Borges enviar um projeto à Assembleia Legislativa visando privatizar o serviço de abastecimento de água. Percebendo a possibilidade de adesão automática por parte dos municípios à proposta, foi organizado em Feira de Santana um movimento contra a privatização na Bahia.
A Câmara de Feira, lembrou o representante do MAV, foi uma das Casas que aprovou a chamada “privatização da Embasa”, em 2001. Mas, um projeto de lei de iniciativa popular, contendo mais de 24 mil assinaturas de cidadãos feirenses, foi protocolado pedindo a revogação da privatização na Princesa do Sertão.
A iniciativa, considerada inédita, influenciou a mobilização em diversos municípios da região e provocou o recuo de políticos estaduais à época. “O ex-senador ACM disse, em um comício na região do sisal, que ninguém tinha falado em privatizar a Embasa, o que automaticamente fez com que todos os municípios revogassem a lei que aprovaram”, frisou José Carlos.
Ainda segundo ele, foi assim que se deu início à sólida atuação do MAV a nível estadual. “E continuamos nossa missão acumulando conquistas, como a criação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que antes se resumia a apenas um departamento na SEDUR (Secretaria de Desenvolvimento Urbano)”, disse.
PROJETO MAV RECICLA
Atualmente, o MAV executa seis projetos. Um dos mais conhecidos é o “MAV Recicla”, que coleta óleo de fritura, geralmente descartado em pias e esgotos. “Muita gente não sabe disso, mas, além de prejudicar a tubulação, o produto pode acabar contaminando até um milhão de litro de água”, frisou. Para continuar com seu trabalho, que é feito de forma voluntária pelos integrantes, observou José Carlos, o MAV também precisa do apoio do Legislativo.
“Muitos dos senhores vereadores têm colaborado com a gente. Mas todo mês, fechamos as contas com um débito de aproximadamente R$ 10 mil”, pontuou, sinalizando que a entidade não possui veículo para fazer o trabalho de coleta.
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